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O Projeto
Cidades
Institucional
Publicação Final do Projeto
Publicação do projeto contento contendo sua apresentação, metoodologia, capacitações e resultados do diagnóstico e seminário de apresentação de resultados. Confira!
A Inserção da Agricultura Familiar nos Mercados Institucionais em 18 Municípios Paraenses.
Introdução
O associativismo e cooperativismo da agricultura familiar amazônica ainda não atingiu o nível de maturidade encontrado principalmente na região sul e sudeste do país, onde associações e cooperativas conseguem promover maior comercialização dos produtos a partir do aumento da produção, do beneficiamento e da distribuição, atingindo mais mercados. Na Amazônia ainda há muita disconfiança entre os agricultores sobre o conceito do associativismo/cooperativismo, uma vez que a experiência recente (anos 2000) foi normalmente relacionada com a má gestão dos empreendimentos, utilização dos mesmos para fins pessoais, onde os agricultores nunca se viam como parte do empreendimento, e ao mesmo tempo os dirigentes viam tais empreendimentos como empresas pessoais. Mesmo com os avanços nesta questão, associações e cooperativas ainda são muitas vezes apenas novas versões do atravessador, onde os associados são apenas provedores de produtos para os dirigentes, estes que então realizam a maior parte dos lucros.
Este trabalho
O trabalho apresentado aqui foi fruto de um projeto de capacitação para associações e cooperativas da agricultura familiar para a suas inserções nos mercados institucionais, principalmente PNAE e PAA, em 18 municípios paraenses, como será descrito no próximo capítulo. Neste projeto foi observado que existe uma grande gama de grupos da agricultura familiar, em diversos níveis de organização:
Agricultores individuais – sem nenhuma organização, tanto por falta de interesse quanto por falta de informação ou oportunidades),
Associações apenas “no papel” – grupos que estão formalizados documentalmente mas nunca realizaram nenhum processo de comercialização realmente fomentado ou apoiado pela organização, normalmente tais grupos foram criados para a obtenção de algum benefício governamental
Diferenciam-se aqui os grupos de orígem tradicional (por exemplo quilombolas) que buscam no associativismo mais do que apenas aumento na produção ou atingir maiores mercados, mas sim buscam a questão da identidade tradicional.
Associações formalizadas capazes de realizar algumas vendas institucionais – Estas são normalmente grupos que unem-se para realização de venda coletiva, atingindo assim mais mercados, principalmente o PNAE.
Aqui entram também as associações de “atravessadores” – associações, às vezes com grande número de membros, mas cujos líderes ajem como atravessadores, literalmente comprando a produção dos membros e revendendo por lucro.
Associações e cooperativas estabelecidas – Estas são capazes de, além de atingir os mercados institucionais, também atingem outros mercados e muitas vezes conseguem realizar o beneficiamento do seu produto.
Observações
Neste mar de “despreparo” (uma vez que poucos são os grupos verdadeiramente estabelecidos), foi observado um paralelo institucional: os gestores públicos de vários municípios observados também não estavam preparados para assimiliar a produção da agricultura familiar nas suas compras institucionais – uma vez que existe a obrigatoriedade de se realizar 30% das compras institucionais da agricultura familiar – caso fortemente estabelecido na alimentação escolar (PNAE). Desta forma, este estudo também observou uma gama de situações institucionais:
Prefeituras sem nenhum interesse real na realiação destas comprar – aqui temos situações onde não há ganho político aparente no apoio à agricultura familiar, e nesses casos normalmente o corpo técnico das prefeituras também não está preparado para realizar os tramites das compras institucionais. Isso então reflete no reduzido número de grupos atingidos.
Prefeituras com interesse mas sem preparo técnico – aqui temos locais onde entende-se a necessidade e os ganhos políticos mas há muitas dúvidas por parte do corpo técnico em como realizar as chamadas, os editais, o planejamento das compras, a logistica de distribuição, etc… o que complica a assimiliação dos produtores rurais familiares.
Prefeituras com interesse e com preparo técnico – essas são a minoria e são representadas por prefeituras normalmente muito organizadas, ou com muita verba própria ou com secretários/prefeitos engajados e tecnicamente preparados.
Assim vimos que a atuação do projeto foi imporatante tanto para os grupos produtores quanto para as equipes técnicas das prefeituras.
Este projeto agiu em dois momentos. Primeiramente uma capacitação para técnicos locais a fim de formar multiplicadores. Esta capacitação serviu para apresentar o estado da arte da questão da compra institucional, tando PNAE quanto PAA. Posteriormente foram realizadas 18 capacitações locais, com os mesmos multiplicadores e outros agentes municipais para os grupos de agricultores, mas também serviu como um momento para discussão entre os agentes municipais, e o projeto, em como aperfeiçoar o processo de licitação e compra institucional.
Cidades Atendidas
O projeto visa atender associações e cooperativas dos seguintes municípios paraenses: